Lênin. Hegel e o marxismo ocidental

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Lenin, Hegel, and Western Marxism: a Critical Study, Kevin Anderson. Chicago, University of Illinois Press, 1995, 311 p. Por Duarte Pereira

Os historiadores de ideias se acostumaram a distinguir, no desenvolvimento do marxismo no século 20, duas tradições básicas: o “marxismo soviético” e o “marxismo ocidental”. Lênin sempre foi considerado o iniciador da primeira corrente, sistematizada como “marxismo leninismo” sob a direção de Stálin. O ensaísta brasileiro José Guilherme Merquior, por exemplo, em seu livro O Marxismo Ocidental, publicado em 1987, escreveu: “O marxismo ocidental nasceu, no começo da década de 1920, como um desafio doutrinário, vindo do Ocidente, ao marxismo soviético. Seus principais fundadores – Lukács e Ernst Bloch, Karl Korsch e Gramsci – estavam em áspero desacordo com o materialismo histórico determinista da filosofia bolchevique, tal como definida por Lênin ou Bukhárin”.
O sociólogo norte-americano Kevin Anderson, rompendo com essa interpretação consagrada, sustenta uma tese original e ousada em seu livro Lenin, Hegel, and Western Marxism, publicado nos Estados Unidos em 1995.Anderson defende que o trabalho teórico de Lênin posterior a 1914 “o situa mais próximo de marxistas ‘ocidentais’ ou ‘hegelianos’, como Georg Lukács e os membros da Escola de Frankfurt, do que de marxistas ortodoxos, como os marxistas-leninistas soviéticos oficiais.” Afastando-se de Kautsky e de Plekhânov, Lênin teria sido o primeiro marxista de expressão a insistir no retorno à dialética e no estudo crítico de Hegel. ler mais

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