Nesta página publicamos um dossiê sobre Rui Facó (1913-1963), jornalista, escritor e ativo militante comunista que deu uma perene contribuição ao debate sobre o Brasil, a partir das questões que envolviam os trabalhadores no campo brasileiro e o debate que envolvia a noção de povo. Neste dossiê divulgamos vários trabalhos de Rui Facó sobre o Brasil, a partir de temas candentes de sua época.
Milton Pinheiro, da Editoria do blog, é autor de dois textos que examinam a originalidade e o significado da produção intelectual de Rui Facó no interior do pensamento social e político brasileiro.
Editoria
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I. Livro
II. Textos (artigos em jornal)
História d’A Classe Operária IV p. 2
O 18 Brumário de Luis Bonaparte p.3
Um falso conceito da revolução brasileira (pag.3)
Como lutou o México contra os trustes do petróleo (pag 8)
A luta não cessará pag.5
Ordens dos Estados Unidos pag.6
Munich no Catete pag. 2
A classe operária e o patriotismo pag. 5
A defesa da paz pela URSS na SDN e nas Nações Unidas (pag.5)
Livros de uma geração inquieta p05
Um conservador apóia o governo de Arraes p04
Sacerdotes católicos na luta pela reforma agrária radical p08
Capitais do Jaguaribe e Cariri ocupam posições da Anderson Clayton p04
As associações camponesas e a luta pela posse da terra p07
Tóquio e Panamá p02
Na terra onde se faz o vinho & luta. contra o latifúndio p06
A ideologia do colonialismo p04
Duas forças se defrontam a várzea e as ligas p06
O encontro dos dois gigantes p02
Nós e os EUA p02
A guerra da lagosta nas praias do Ceará p09
Algumas lições da crise janista p02
Aonde conduz a terceira força p3
Cerco do latifúndio asfixia pequena propriedade gaúcha p06
A permanência de Euclides da Cunha p04
Reparos a um prefácio de livro brasileiro na URSS p05
A reforma agrária de Chester Bowles p08
O sindicato foi o berço da legislação mineira p06
A penetração capitalista no campo cria problemas para a associação p07
Não deve a América Latina desarmar-se sozinha p09
Quem faz as leis no Brasil p05
Em Trombas e Formoso são os próprios camponeses que fazem a reforma agrária p08
Reforma agrária na lei ou na marra p08
Os posseiros de Trombas e Formoso ainda sofrem ameaças dos grileiros p05
III. Textos sobre a obra de Rui Facó
a) Uma interpretação do Brasil na perspectiva da revolução brasileira
Milton Pinheiro
Jornalista e escritor, Rui Facó deu uma enorme contribuição na imprensa brasileira de 1937 até a sua morte, em 1963. Neste dossiê encontram-se muitos trabalhos de Rui Facó sobre o Brasil, a partir de temas candentes de sua época.
Compreende-se que é necessário abrir uma nova frente na batalha das ideias, tornando público o papel desenvolvido pelos trabalhadores e as lutas que marcaram a história brasileira, seja no campo ou na cidade. Falar de suas ações, aprofundar as formulações dos intelectuais do campo marxista que construíram com a sua presença e estudo para a revolução brasileira. Trata-se, mais do que nunca, de lutar por uma hegemonia dos trabalhadores.
Rui Facó formulou uma análise para entender o Brasil no século XX, abriu trilhas para desvendar a realidade social a partir do arcabouço da tradição marxista que dispunha em sua época, centrada nos estudos sobre a formação social brasileira, a partir das categorias povo, nação e lutas sociais. O seu cabedal interpretativo está centrado no rigor historiográfico e no aprofundamento da análise política. Para além das falsas premissas, que hoje são apresentadas pela lógica pós-moderna, encontramos nele uma interpretação da realidade pautada nos processos de lutas, cuja orientação era a procura por uma nova sociabilidade na história.
Rui Facó nasceu em Beberibe, no Ceará, em quatro de outubro de 1913 e a perspectiva de trabalho desenvolvida por ele teve a influência da realidade nordestina. Portanto, a partir desse locus, desenvolveu um compromisso de pesquisa sobre o Brasil, e o processo de autoconstituição do povo. Essa preocupação tornou-se um programa de pesquisa, orientado pela análise da luta do povo contra a opressão; do conjunto das lutas sociais; das manifestações dos índios; dos escravos; do que ocorreu em Canudos; das manifestações e atos dos cangaceiros; dos movimentos dos beatos; dos movimentos republicanos; das lutas pela libertação do imperialismo; e da guerra engendrada pelo latifúndio. Tudo isso, a partir do princípio dialético da relação entre dominação e resistência, que formou o todo articulado que compreendemos como nação. ler mais
b) Rui Facó, In: Intérpretes do Brasil, por Milton Pinheiro
https://marxismo21.org/wp-content/uploads/2014/06/M-Pinheiro-Rui-Facó1.pdf
Dora Vasconcellos, Rui Facó e os pobres do campo
IV. Blog
Rui Facó: Homenagem aos 100 anos
1 comentário
Eu ia responder, mas percebi este local e aí vai o que desejo dizer. Fui presa em 1970, portanto, sem saber da morte do Rui Facó. Li seu livro, Cangaceiros e Fanáticos, na prisão, que muito ajudou a sedimentar o desejo de luta, até hoje, sem parar.
Gostei demais do livro, e leria tudo, se os tivesse em mãos. Não sei como ele foi introduzido na prisão, no Presídio Tiradentes, em São Paulo. Depois disto, nunca mais li o livro. E já estava tentando obter as leituras indispensáveis, as obras de Marxs, Engels, Lenin, para formar uma boa base teórica, que até hoje continuo estudando e repassando.
Como Rui Facó morreu cedo, apenas com 50 anos!!!! Mas, teve uma vida que valeu por muitas. Vou copiar as obras que puder. Grata pelo trabalho de vocês de recuperar a trajetória do Rui Facó. Saudações Revolucionárias, Marlene Soccas.