A luta de classes: uma história política e filosófica

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LOSURDO, Domenico. A luta de classes: uma história política e filosófica. Tradução Silvia de Bernardins. – 1ª. ed. – São Paulo: Boitempo, 2015.

Rodolfo Sanches e Luiz Alexandre Barbosa Pinto Jr., mestres em Ciências Sociais pela FFC de Marília, Unesp

O filósofo italiano Domenico Losurdo é, sem dúvida, um dos mais relevantes pensadores marxistas contemporâneos. Ainda vivo e com uma vasta biografia e bibliografia, sua obra nos permite ter acesso à imensidão de debates que diz respeito, especialmente, aos adeptos da teoria marxiana e marxista. Assim ela transita desde debates específicos da tradição marxista, como aquele que diz respeito à relação da democracia com o fenômeno do bonapartismo, até análises acuradas do discurso do Império estadunidense na sua pretensão de dominação global.

Neste texto iremos nos debruçar sobre uma de suas obras mais recentes lançadas no Brasil. Trata-se do livro “A luta de classes: uma história política e filosófica” publicada pela Boitempo em 2015. O livro em questão, assim como os demais, é de uma profundidade teórica de grandes proporções e traz à tona uma ampla quantidade de temáticas que são caras ao pensamento marxista e ao movimento socialista internacional. Não obstante, a polêmica é constante e está permeada em todo o livro. Por motivos óbvios, nos ateremos aqui apenas a algumas delas .

Entendemos que muitas das polêmicas lançadas por Losurdo tem como epicentro a sua posição acerca da categoria marxiana de luta de classes. Desde o início já deixa explícito seus profundos questionamentos sobre a leitura “binária” da luta de classes que, em essência, compõe aquelas cujo fundamento está no entendimento desta como expressão somente do embate entre a burguesia e o proletariado.

De acordo com suas formulações, Losurdo resgata inúmeros trechos d’O Manifesto do Partido Comunista, mas principalmente um que diz que a luta de classes possui expressões diversas. Esta consideração é central para suas ponderações na medida em que se contrapõe diretamente ao fulcro teórico-político dos defensores da leitura “binária”. Em seu entender, a demonstração atual destes defensores está representada naquilo que ele chama de “populismo”, isto é, aqueles que atualmente permanecem orientando-se segundo a lógica do “ascetismo universal” e do “rude igualitarismo”, em que pesa sobre os pobres e oprimidos a condição de únicos depositários de autênticos valores morais capazes de conduzir uma luta de classes realmente emancipadora. ler mais

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